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quarta-feira, 15 de julho de 2009

De Felícia para o Curiaú

Fale meu Preto! Me de licença, com todo respeito. O que me contas? Quais as novas? São tantas luas, ando com saudades. Nosso último encontro rendeu uma matéria. Afinal, sei que você é uma fonte inesgotável de cultura. São tantas lendas, festas, danças, manifestações de fé entre outras curiosidades. Quero poder acompanhar seus dias de alegria, seus dias de festa. Quero conhecer também suas histórias não tão felizes, pode se abrir. Você já viu tantas coisas. Muitos de seus filhos já morreram e outros tantos nasceram. É impressionante a sua perseverança em manter as raízes vivas. Admiro isso em você. Sua tradição é indiscutível, agora me conta sobre o início. O principio de tudo. Sua fama corre. Quanta história polêmica gira em torno da sua origem. Especula-se a uma eternidade, o verdadeiro significado do seu nome. De onde você vem ou como nasceu? Um Quilombo ou herança do Sr. Miranda? Quer saber? Não importa, o importante é que você existe! E seus filhos, que já são mais de 1500, seguem as suas vidas sob a sua atmosfera histórica. Cada um transbordando de orgulho, orgulho de ser quem são, orgulho de ter raízes tão profundas. E você sabe, árvores de raízes profundas não se abalam facilmente. Fiquei sabendo que você já foi mais rígido na criação de seus filhos, e que hoje é um pouco diferente. Até permite que escolham com quem casar, mas as regras ainda são suas. Acho muito bonita essa troca, você os protege de um futuro incerto enquanto eles preservam a sua história. Só para você saber algo sobre de mim, confesso. Nasci logo aqui, a oito quilômetros de distância. Achava que te conhecia, pois ouvi falar muito de você, principalmente na escola. Que nada! Hoje percebo que só te conhecia de vista. De passagem, sabe como é, você oferece caminho para outros lugares. Mesmo assim acredito que o destino nos proporcionou esse papo no momento certo. Nosso encontro foi tardio, porém, muito conveniente. Pois, aos 26 anos pude enxergar e absorver o que antes passaria batido, por conta da imaturidade. Obrigada por me receber de maneira tão calorosa. Você é sem dúvida um excelente anfitrião, afinal, turistas de todas as partes do mundo já te visitaram e continuam a visitá-lo. Levando em suas câmeras de última geração, a beleza que você faz questão de revelar pra quem quiser ver. Tanto a beleza de Dentro quanto a de Fora. Notas da autora: Dedico este texto a todas as pessoas que fazem parte das comunidades do distrito do Curiaú: Curiaú de Dentro, Curiaú de Fora, Curralinho e Casa Grande. Obrigada por preservarem as belezas naturais do lugar e sua história.
Por Felícia Bastos

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